A nova exposição do Museu do Amanhã, "Sonhos: História, ciência e utopia", nos convida a navegar pelos saberes que vêm da ancestralidade, das pesquisas científicas mais recentes e do campo da arte para nos estimular a dormir melhor, para sonhar mais e, assim, transformar a nós mesmos e ao mundo. A mostra tem como curador o neurocientista Sidarta Ribeiro, fundador e pesquisador do Instituto do Cérebro da UFRN, autor de "O Oráculo da Noite: A história e a Ciência do Sonho" (2019) e de "Sonho Manifesto: Dez exercícios urgentes de otimismo apocalíptico" (2022), entre outros. Segundo Sidarta, os sonhos desempenharam um papel central na história da humanidade, nas mais diversas culturas, mas a invasão da noite pela luz elétrica, pela televisão e smartphones piorou a qualidade e a quantidade do nosso sono, assim como nossa relação com o sonho. Privados de sono -- e de sonhos -- enfrentamos dificuldades crescentes em relação à cognição, à regulação emocional, à empatia e à coesão social. "A despeito de todos os incríveis avanços da ciência e todas as poderosíssimas novas tecnologias – e muito também por causa dela – o futuro parece terrível. Estaremos vivendo uma insônia delirante e global?", questiona o curador. "Talvez nossa dificuldade em imaginar futuros alternativos, essa sensação de beco sem saída, tenha sua origem no abandono do sonho." De modo transdisciplinar, a exposição mostra como diversos povos se relacionam com o universo dos sonhos, discute o impacto das condições de vida atuais na quantidade e qualidade do sono, traz dicas de como dormir melhor, apresenta o que ocorre em nosso cérebro quando dormimos e presta homenagem àqueles que se dedicaram a transformar grandes sonhos em realidade, promovendo transformações sociais significativas.