Desde pequena, Ana tem por hábito se isolar em um mundo imaginário como forma de fugir dos problemas que enfrenta em casa. Sua mãe, Leninha, vive um relacionamento abusivom com o marido - um homem ciumento, possessivo e inseguro. A tensão doméstica acaba por refletir no rendimento escolar da menina que precisa tirar boas notas em Literatura para não repetir o ano. A prova final vai ser em cima da obra, Dom Casmurro, de Machado de Assis. No entanto, a leitura afeta diretamente a menina que passa a enxergar pontos em comum entre o livro e sua vida. Em seu refúgio fantástico, Ana começa a misturar ficção com realidade e recebe a visita de uma mulher misteriosa, que tem o rosto parecido ao de sua mãe. Aos poucos descobrimos que esta mulher é Capitu, a personagem ícone da obra Machadiana. Nesses encontros, Ana dá voz àquela mulher que só conhecemos através do olhar masculino. A Capitu Imaginária fala sobre si e sobre Leninha, a mãe de Ana, e ajuda a menina a compreender as atitudes, escolhas, medos e os desejos de mulheres que sofrem com ciúmes, desconfiança, e abusos presentes em relacionamentos tóxicos. Além disso, a improvável ligação entre elas serve à menina, que está entrando na adolescência, como um rito de passagem para o universo feminino adulto, em que ela começa a entender o que significa ser mulher num mundo narrado por homens.
Localizado na Tijuca, zona norte carioca, o Teatro Ziembinski foi inaugurado em 1988 pelo ator e diretor Walmor Chagas. Sala aberta, recebe conceitualmente as mais diversas modalidades das artes cênicas, como teatro, música, circo e stand-up comedy. Ficou historicamente conhecido por receber espetáculos infanto-juvenis, desempenhando um papel de relevância no bairro em que está localizado. Nos últimos anos esteve de portas abertas para oficinas de diversas modalidades artísticas, como percussão e dança de salão. Com o palco à italiana, o...